2. Curadoria

Um novo espaço para uma nova percepção: Nanoarte

A nanoarte insere-se em um campo científico e tecnológico que está sendo conhecido e parametrizado, e é dotado de um  potencial capaz de impactar todos os ramos do conhecimento. Sem história, ela se afirma pela busca de técnicas artísticas para sua própria realização, ao mesmo tempo em que almeja quebrá-las. Se a História da Arte nos descreve a luta dos artistas para destruir parâmetros e se atualizar nos interstícios do conhecimento aceito, a nanoarte se realiza em um espaço sem fronteiras, onde a própria constituição do sujeito-obra conflita com o fluir contínuo da energia, em uma dança cósmica de moléculas, agora percebida e tornada visível neste campo, onde o real o e virtual, a potencialidade e atualidade ainda namoram. A nós, artistas, nos oferece a oportunidade de penetrar a própria interioridade criadora, espaço mágico em que o ato de criar constitui-se na possibilidade de vivenciar o maravilhoso pelo maravilhoso e de oferecê-lo em  nova percepção, à comunidade. Em vez de reduzir as partes, a nonociência visa complexificá-las em organizações que dão origem e forma ao universo. O poder de alterar a constituição da matéria pela recombinação de moléculas em escala nano, (1 bilionésimo do metro,nm) equipara-se ao poder gestual do artista, que só pode mudar a arte eterna quando encontra a singularidade criadora  pela aproximação de seu núcleo central.Os artistas, na mostra, tecem uma narração poética de imagens científicas, com origem diversificada dos laboratórios de Física, de Química, de Fitologia e de Biologia, demonstrando o escopo da nanociência em agregar todos os ramos da ciência, com possibilidade de transformar o mundo  e sua percepção, sob inúmeros aspectos.

Setembro de 2010

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Anna Barros – Curadora

Anna Barros é artista multimídia, professora na graduação e na pós-graduação, curadora, autora, pesquisadora. BFA pelo Otis Art Institute, Los Angeles; Mestrado em Arte pela ECA-USP; Doutorado sanduiche San Francisco Art Institute e programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica, PUC-SP e pós doutorado, pelo mesmo programa. Anna desenvolve um trabalho multimídia em arte-ciência-tecnologia. Tem mostrado seu trabalho em museus e eventos nacionais e internacionais como o National Museum of Women in the Arts, Washington, D.C.;Florean Museum, Romenia; Centro Cultural Pablo de la Torrente Brau, Havana,Cuba; Aizu, Japão; Museu de Arte Contemporânea del Zulia, Maracaibo, Venezuela; Museu de Arte Contemporânea da USP; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Pinacoteca do Estado, São Paulo; Centro Cultural São Paulo; Itaú Cultural; Centro Cultural Caixa, Brasília; Museu Nacional da República, Brasília, Festival Internacional de Linguagem Eletrônica- FILE, SIBIGRAPI. Nomeada para o Prêmio Sérgio Motta, 2001, com o Grupo SDVila por Andarilho, texto genético na WEB, e pelo seu percurso de carreira, em 2009. Curadorias selecionadas exposições internacionais: Luz da Luz, 2006-2007, SESC Pinheiros, São Paulo, Nano: Poética de um Mundo Novo, 2008, Museu de Arte Brasileira, FAAP, São Paulo.

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